domingo, 22 de julho de 2012

Aguardem para BREVE o lançamento do livro Acessibilidade: Orientações para Bares, Restaurantes e Pousadas, de Cybele Monteiro de Barros, Editora Senac.

domingo, 15 de julho de 2012

Boa matéria sobre acessibilidade em restaurantes!


TER NEGÓCIO ACESSÍVEL É DESAFIO PARA EMPRESAS

Cresce a preocupação para que estabelecimentos sejam adaptados

Um lugar que não está pronto para receber todas as pessoas é deficiente, diz a arquiteta Thaís Frota, especializada em acessibilidade, ao definir os locais não adaptados para portadores de necessidades especiais. Hoje, ter um negócio com instalações que servem a todos  torna-se cada vez mais comum, mas ainda é um desafio para muitos empresários.
A Casa Julieta de Serpa, depois de dois anos de obras, inaugurou, no fim de junho, um elevador para levar os frequentadores ao piso superior do casarão histórico, localizado na Praia do flamengo, onde fica o restaurante Paris. Conseguir a autorização da prefeitura para fazer as obras não foi fácil, pois o prédio é tombado pelo Patrimônio Histórico.
- Primeiro,  obtivemos a licença para construir um elevador menor, que não comportava a cadeira de rodas e outra pessoa. – lembra Fernando Rezende, gerente da Julieta de Serpa. – Só depois conseguimos a autorização. Para interferir o mínimo possível na fachada, o elevador, que é panorâmico, foi instalado no canto esquerdo.
- Tanto idosos quanto cadeirantes se sentem bem mais acolhidos. Ainda é difícil para essas pessoas encontrarem locais de fácil acesso – diz Rezende.

Empresários devem olhar para todos

·         Frequentadora  da Julieta de Serpa e militante da causa dos cadeirantes, a socialite Carmen Mayrink Veiga – que há cinco anos precisa de cadeiras de roda para se locomover, em função de uma doença que limita o movimento das pernas – diz que a acessibilidade nos estabelecimentos do Rio vem melhorando bastante nos últimos anos:
- Mas falta muito para o ideal. Tem empresário que não enxerga que não faz diferença se é um degrau ou se são dez: cadeira de rodas não sobre nenhum.
O restaurante Vieira Souto, inaugurado em dezembro, tem uma rampa removível para facilitar o acesso, além de corredores e portas mais largas.
- Não foi uma exigência de ninguém. Pensamos o projeto assim para oferecer conforto e também para conquistar o respeito dos clientes com necessidades especiais e seus familiares – afirma João de Souza, um dos sócios.
Caso de Carlos Alberto Rodrigues, que procura frequentar locais que recebam igualmente os clientes, apesar de achar que ainda faltam lugares no Rio que permitam o acesso aos cadeirantes:
- Me sinto respeitado nestes lugares, como cidadão igual aos outros.
Mas o que é mais importante na hora de elaborar um projeto de acessibilidade para um estabelecimento comercial – seja loja, restaurante ou hotel?
- Em primeiro lugar, o empresário deve pensar em todos. Não só em quem usa cadeira de rodas, mas nos idisos, em quem tem baixa visão e outros tipos de necessidade – destaca a arquiteta especializada em acessibilidade Thais Frota.
E esse tipo de cuidado não deve ficar restrito ao “mundo real”. A Ford Credit, por exemplo, aproveitou que ia reformar o site para lançar, em parceria com a Elancers, um ambiente acessível para deficientes visuais.
- O site é uma representação da empresa. A preocupação de torna-la acessível fisicamente deve se estender ao mundo virtual -  acredita Cezar Tegon, presidente da Elancers.

“ Tem empresário que não vê que não faz diferença se é um degrau ou se são dez: cadeira de rodas não sobre nenhum”
CARMEN MAYRINK VEIGA

DICAS PARA A OBRA DE ADAPTAÇÃO


MEDIDAS: As portas e os corredores devem ter pelo menos 80 cm de largura. O ideal é que tenham 1,20m. As rampas devem ter 8% de inclinação, além de corrimões. Balcões não devem ultrapassar a altura de uma mesa, de cerca de 80 cm, para que todos possam ser atendidos.


ESPAÇO: Se faltar espaço para construir um sanitário que seja adaptado, a arquiteta sugere que, em vez de um masculino e um feminino, o local tenha dois unissex, sendo um adaptado.


PROFISSIONAL: Segundo a arquiteta Thaís Frota, um erro que muitos empresários cometem é chamar um pedreiro para fazer a obra de acessibilidade. O melhor, diz ela, é fazer, antes de tudo, um projeto: caso contrário, pode ser preciso – e, assim, sair mais caro – readaptar o que foi adaptado.

CADERNO BOA CHANCE
Jornal O Globo, página 8
15 de Julho de 2012